O
valor de uma bicicleta está diretamente relacionado à qualidade dos
seus componentes, que se tornam mais leves, mais resistentes e com
melhor eficiência à medida que o preço aumenta.
DÊ VALOR AOS DETALHES
Decidido
o tipo de bicicleta, é hora de analisar a compra. Recomendação: pense
em gastar 10% mais, nunca 10% menos. O valor (e o diferencial) de uma
bike está na qualidade e no equilíbrio dos componentes. Ela pode ter até
2 mil peças, considerando porcas e parafusos. "A variação de preço pode
ser mais de 200%. Componentes mais leves, de alta tecnologia e
materiais nobres fazem a diferença", diz o escritor, fotógrafo e
cicloturista José A. Ramalho, em seu livro Guia da Mountain Bike (Editora Gaia). Ele já pedalou nos Andes e no Himalaia sobre duas rodas.
Você
não precisa gastar os tubos com uma bike top de linha, mas fique atento
para que o barato não saia caro. "Calcula-se o custo em função da
manutenção, e não apenas do valor de compra", afirma Cléber Anderson,
ex-atleta da seleção brasileira de ciclismo e treinador especialista em
MTB e bikes de estrada. Segundo ele, manetes de plásticos, garfos de aço
muito fino e freios de aço estampado (mais antigo) denotam equipamentos
de qualidade inferior e podem comprometer a segurança. Ao escolher a
sua magrela, procure orientação em lojas especializadas, que geralmente
permitem test-drive.
BIKE NA MEDIDA
Invista
num quadro diferenciado para sua companheira. Bicicletas grandes ou
pequenas podem ser causas de dores e de desconforto. Por isso, muitas
lojas especializadas oferecem o serviço Bike Fit, um acerto postural
específico para o usuário. Isso é importante não só para que você fique
corretamente montado sobre ela mas também para prevenir lesões, melhorar
o desempenho e ter mais domínio, pois a postura influencia a
biomecânica da pedalada.
UPGRADE
Na
relação custo-benefício, é possível comprar uma bike mais acessível e
trocar alguns componentes. Esse upgrade, no entanto, não é indicado às
mais simples, de até 500 reais. Um componente pode sair mais caro do que
a própria bicicleta e o benefício será pouco percebido em razão do
desequilíbrio na qualidade das peças, nem mesmo agregando valor à
revenda. Nos modelos de até 900 reais, invista em boas rodas. Desse
valor em diante, analise os pontos fortes da bike e consulte as lojas
especializadas.
PREPARE-SE PARA ELA
Pedalar
até o trabalho ou a padaria já pode ser um exercício suficiente para
tirá-lo da categoria dos sedentários, mas se você quer curtir o que a
bike pode oferecer de melhor, como os passeios noturnos pela cidade, uma
viagem sobre duas rodas ou mesmo trilhas no fim de semana, vai ter que
se preparar. "A bicicleta trabalha muito a resistência aeróbica. Na
mountain-bike, a força e a agilidade são mais exigidas, enquanto na de
estrada o ritmo é mais constante", explica o professor de spinning
Leonardo Barbosa. "Mais do que o tipo de bike, o que determina os
diferentes estímulos são as condições do ambiente, como as variações
naturais do terreno", ressalta Ricardo Augusto, diretor técnico da
assessoria esportiva paulistana Personal Life. Assim, enquanto áreas
mais planas trabalham mais a resistência aeróbica, montanhas ou grandes
aclives exigem mais força de um trabalho anaeróbico. Quem não pode
pedalar ao ar livre tem a opção de treinar na academia, na bicicleta
ergométrica ou em aulas de spinning. Para reproduzir essa variação de
estímulos, a elaboração do treinamento envolve quatro tipos de treino,
com durações que vão depender do nível de cada ciclista.
ESCOLHA SEU TREINO
Endurance ou resistência
Pedale em ritmo constante, com carga leve e contínua para trabalhar a 70% da frequência cardíaca máxima (FCM) ou a 50% da FCM.
Intervalo aeróbico
Pedale a 80% da FCM em intervalos de dois a oito minutos com o mesmo tempo de descanso.
Intervalado anaeróbico
Dê o máximo em tiros de 20 segundos a um minuto. Para cada tempo de tiro, descanse três.
Resistência de força
Giro com carga elevada, a 85% da FCM, sem tempo de recuperação do estímulo. A duração é variável ao condicionamento de cada um.
Dica: manter
o pé preso ao pedal, por meio de uma sapatilha ou da fivela, aumenta em
30% a eficiência da pedalada. Mas para evitar tombos é bom treinar
bastante o movimento de desprender o pé rapidamente antes de parar.
FORÇA NO PEDAL
Para
garantir força nas pedaladas, trabalhe os músculos inferiores. Segundo o
professor Leonardo Barbosa, dois treinos de musculação por semana
alternados com três treinos de bicicleta são suficientes para trabalhar a
resistência muscular. Faça três séries de cada exercício com 12 a 20
repetições cada uma:
leg press/ cadeira extensora (unilateral)/ mesa romana/ flexão de um pé (unilateral)/ abdutores/ adutores/ panturilha.
Para ficar livre das dores e aguentar mais tempo em cima da bike sem sair torto depois, exercite também os músculos superiores.
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